
Haroldo: Tudo bem, Daí. Você acabou de chegar do hospital. O que você foi fazer
lá
Daiane: Eu fui fazer um ecocardiograma.
Haroldo: Eu queria saber um pouco da sua história; como é que foi, o que você já
passou e se você pode contar para os nosso amigos.
Daiane: Quando nasci, os médicos disseram que eu não ia passar de quatro meses de
vida. Fui internada com cinco dias de vida e saí só com quatro anos de idade.
Um ano depois eu tive pneumonia, e fui internada novamente. Foram vinte e duas
pneumonias, uma depois da outra. Fiquei internada um ano. Após isso, tenho que
fazer cateterismo de quinze em quinze dias. Fiz uma cirurgia na qual passei bem
mal, tive hemorragia, tiveram que me reanimar. Agora preciso de um transplante,
lá nos Estados Unidos, onde existe a possibilidade de implantar um coração
artificial.
Haroldo: E hoje, como funciona o coraçãozinho?
Daiane: Ele funciona mal (riso), meu coração está com bastante “defeito”,
inchado. Preciso de um transplante com urgência porque ele não pode inchar.
Haroldo: A mãe e o pai são quem passam o dia todo com você, medicando, dando toda atenção
possível, e o pai acaba de chegar com tubos de oxigênio. Como que funciona
esses tubos de oxigênio?
Daiane: Então, a gente tem que recarregar todos os dias. São R$ 70,00 para
recarregar o pequeno que dá para três horas e o grande para oito horas e custa
R$ 120,00 para recarregar.
Haroldo: A mamãe está contando que algumas pessoas fazem doações para ajudar,
mas por último tem tirar do bolso por não ter. E tem muita gente que
critica, dizendo que você já foi no programa da Ana Maria Braga...
Daiane: Eu fui no programa da Ana Maria Braga mas não recebi nenhum tipo de
ajuda. Nem da TV Globo, nem de nenhum outro canal e muito menos das pessoas. É
só os vizinhos que ajudam, só quem conhece a minha história.
Haroldo: E quem quiser, pode vir te conhecer, fazer uma visita?
Daiane: Pode sim, as portas estão abertas.
Haroldo: Tem refrigerante...
Daiane: (risos) tem...
Haroldo: E essa questão da doação, é muito dinheiro, ou eu posso ajudar mas não tenho muito, posso ajudar com
quanto?
Daiane: Ah, pode ajudar até com R$ 1,00. Se cada pessoa colaborasse com R$ 1,00
já ajudava muito. Porque, só meus remédios são R$ 2 mil por mês. Fora o que a
gente ganha do posto de saúde. Minha dieta é de R$ 300,00 por dia porque meus
alimentos são todos diferentes, além dos tubos de oxigênio que a gente tem que
recarregar todos os dias.
Haroldo: Tem a página no facebook ‘sorriso de menina’, onde as pessoas podem acessar
e conhecer mais detalhes para colaborar.
Daiane: Esta foi uma página criada pelas minhas amigas e o ‘siri cascudo’, que
é da minha mãe.
Haroldo: Gislaine, mãe desta guerreira que é a Daiane, gostaria de saber como
está sendo esta luta.
Gislaine: Montamos uma mini enfermaria para cuidar da Daiane em casa e já fazem
mais de vinte dias que fechei minha lanchonete para me dedicar e cuidar dela
porque ela toma medicação de duas em duas horas, dar banho, levar para onde ela
tem que ir porque ela não consegue andar muito. Então é uma luta diária. E as
pessoas podem vir visitá-la, conhecer a história dela, e quem puder ajudar o
número da poupança da Caixa Econômica Federal é doações :poupança da caixa 000223834-operação 013,agencia 1266,cpf 009055099-43 em nome de Gislaine
Haroldo: Deixa eu conversar um pouco mais com esta princesa e, dizer que a sua
parte você está fazendo, certo Daiane. Só depende que as pessoas se sensibilizem
e ajudem. E para você eu digo que você deve continuar lutando porque ‘grandes
batalhas só são dadas à grandes guerreiros’, e você já provou, segundo a medicina
ou o que dizem os ‘homens’, seriam só quatro meses, e nós já temos quinze anos.
Ou melhor, quatorze anos, porque já fez a festa de quinze anos, dançou com os
príncipes... E na graça daquele que tudo pode, naquele que tudo sabe, e com
certeza, com a ajuda das pessoas, a gente vai conseguir manter esta parte que
nos pertence, que é ajudar você a se manter quanto ao oxigênio, alimentação e
outras questões. E para encerrar esta entrevista, gostaria de uma mensagem sua.
Daiane: Viver é fácil. Os adultos é que complicam tudo. E eu ainda vou
surpreender todo mundo.
Haroldo: ... nas graças daquele que tudo pode, tudo sabe, nosso Deus que é todo
poderoso, e está amparando este anjo aqui.
Daiane: Amem!
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