domingo, 5 de fevereiro de 2012

Primeiro jornal de bairro de Curitiba

Caixas de tipos móveis que eram utilizados para a composição
manual do jornal Folha do Bairro na década de 1970
Impressora similar à esta da foto imprimia
exemplares da Folha do Bairro

Na década de 1970, mais precisamente no ano de 1973 um jovem acabava de adotar a capital do estado como nova moradia. No auge de seus 13 anos, este adolescente nutria enorme fascínio pela comunicação impressa, motivo que o levou a editar um modesto jornal xerocado,  dirigido à sua família. Surgia o Jornal da Família, uma folha A4 que publicava os acontecimentos que eram enviados via correio para os membros da família em outras cidades do interior do Paraná e São Paulo. Da temporada que viveu em São Paulo já em 1976, Niwton Geraldo começou a trabalhar em uma gráfica da Vila Medeiros, zona norte da capital paulista, onde aprendeu as primeiras lições de tipografia. Um ano depois, de volta à Curitiba com a colaboração do proprietário da gráfica em que trabalhava, lançou A Gazeta do Bairro, uma folha ofício que exigia árduo trabalho para sua elaboração, pelo processo de composição letra à letra e a impressão em máquina manual. A principal manchete daquele periódico datado de julho de 1977 foi a morte do rei Elvis Presley, além da coqueluche que se tornou a primeira versão do filme King Kong. O pequeno jornal mudou de nome já na segunda edição para Folha do Bairro, para evitar uma relação com a poderosa Gazeta do Povo. Este foi o segundo jornal de bairro de Curitiba, segundo monografia do jornalista Sergio de Deus, produzida na década de 80. A
Com o uso de um componedor, as letras eram enfileiradas
para formar as manchetes e matérias do jornal do bairro.
 monografia apontava A Folha do Bairro como o jornal lançado após o Jornal dos Bairros, semanário que circulava na época, editado por Rafael Deli. O jornal de Niwton Geraldo foi publicado até os anos 80.  Embora existam notícias e comentários sobre jornais de bairro mais antigos de Curitiba, destacamos a existência do jornal da Igreja dos Passarinhos como pioneiro, apesar de ser dirigido àquela igreja, consideramos, portanto o Jornal dos Bairros que era impresso na Gráfica Vicentina como detentor deste título. Outras publicações ostentam este pioneirismo, contestando a história que está comprovada através de exemplares da Folha do Bairro e do Jornal dos Bairros na Biblioteca Pública do Paraná. Consideramos importante esta matéria para resgatar um pouco da história da imprensa de bairro de Curitiba, pouca difundida e que atravessou décadas para ser impulsionada. Enquanto a capital paulista era servida por grandes jornais editados nas comunidades, Curitiba era bem precária quanto à comunicação de bairros. Bem diferente da realidade atual quando temos verdadeiras empresas jornalísticas, todas com bastante profissionalismo e geradoras de empregos, molas propulssoras do comércio dos bairros. Exemplos como a Folha do Boqueirão, que acaba de completar 18 anos de circulação, ou da Gazeta do Bairro editada no Pinheirinho ou ainda o Jornal da Fazendinha do bairro de mesmo nome que tem quase duas décadas de circulação. Estes se consolidaram como grandes veículos de comunicação, contrário à outras publicações que   não obtiveram tanto êxito como o Via Rápida, editado no Hauer entre outros. No Boqueirão temos ainda a Tribuna do Boqueirão e no Hauer, o Jornal do Comércio Hauer além do Debate que tem uma longa trajetória no bairro. Este é um pequeno resumo da imprensa de bairro da grande Curitiba, em especial da zona sul da capital, celeiro dos jornais de bairro da grande Curitiba.

Serviço:
Folha do Boqueirão
Diretor-presidente: Francisco Garcez

Tribuna do Boqueirão
Jornalista-resp.
Lawrence Nogueira    

Jornal Fazendinha
Diretor:
Alceu Jubanski

Gazeta do Bairro
Diretor:
Humberto Schvabe

Debate
Jornalista-resp.:
Getulio da Silva

Um comentário:

  1. ABRAÇOS AI A TODA EQUIPE DA RÁDIO NOSSO JORNAL E AO AMIGO Niwton Geraldo ... AQUI É MARIA DO ALEGRIA :

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